2015 pede passagem...

Últimos dias desse ano, 2015 chegando junto e com ele minha torcida pelo melhor, meu desejo de guardar os acontecimentos desse ano na caixinha de "aprendizados da vida" e seguir em frente, porque foi/está sendo difícil superar o "porque comigo".

Comecei o ano muuuuuito feliz.
No campo pessoal, os planos eram de aumentar a família. Depois de muita conversa e de superados os medos, o pós operatório da vesícula e diante do cenário favorável no trabalho, achamos que era nossa hora de realizar o sonho de ter um bebê.

Na fazenda com nossa sobrinha Luara nos últimos dias de 2013

Independente de ter um filho, o desejo de prosperar no trabalho, de ter uma renda melhor, se mantinha latente pra mim. Eu não vivo sem meu trabalho, amo minha profissão e sou dedicada e focada o suficiente pra aguentar o tranco rsrsrs. E também tenho a vantagem de ter mãe em casa comigo e marido super fofo e com disponibilidade de horário então, dava pra ter tudo, certo?

Parte da minha família GPA

Nos planos dava sim. Mas na real... senta lá Cláudia!

Começou a mudar o curso quando uma promoção que eu esperava muito, pra qual me dediquei a conquistar não aconteceu. A frustração e talvez a falta de humildade, porque não sou perfeita, me fizeram acreditar que não era reconhecida o quanto merecia, que não valia a pena o stress e até algumas postergações que fiz em 2013 na vida pessoal. Depois passei a pensar que estava fazendo tudo errado, que não era boa o suficiente até que ouvi em uma reunião que o problema não era eu e sim uma questão de encaixar as pessoas. Enfim, sabe papo de namorado qdo quer terminar e fala que o problema não é você, que ele é o cara errado? Mais ou menos por aí.
E, desculpa, mas eu não estava errada, eu era boa e estava pronta pro cargo. A parte que me trouxe a tristeza? A pessoa promovida não estava pronta, tanto que foi desligada em poucos meses.

E aí tomei uma decisão que mudou minha vida. Aceitei a proposta de uma empresa que estava me sondando há tempos e fui em busca de felicidade profissional de novo. Não queria que meu descontentamento interferisse na vida profissional que havia trilhado naquela empresa que um dia foi meu sonho, e pra qual eu pretendo voltar um dia, porque não.
Não foi fácil mudar. De novo precisaria adiar a maternidade e marido não gostou não. Também sabia que iria viajar bastante e isso doía no coração. Mas mesmo assim, arrumei minhas malinhas, literalmente, e lá fui eu.

Fizemos uma viagem relâmpago a Maceió, uma férias de 1 semana e foi o ponto forte do ano. Eu estava tão depressiva e emotiva que chorava por qualquer coisa nos 2 primeiros dias: olha a lua, buaaaa; o sapinho, buaaaa;  o bebê correndo, buaaaa. Hoje damos risada da situação. Foram dias maravilhosos e de muito amor envolvido. Lua de mel total kkkkk

No paraíso! 

Chegando ao novo trabalho, começou o desafio. Fui trabalhar numa área em que não tinha experiência e na qual tinha muito desejo de atuar. E em pouco tempo fui convidada a gerenciar a carteira de maior peso no departamento o que pra mim era um orgulho, um reconhecimento.

Era copa, o país em festa e eu rodando por ele rsrsrs. Fiquei quase um mês fora, trabalhando pesado em visita às lojas e ao cd da empresa, que não tem lojas em sp,por isso tantas viagens. Chorei feito criança. Tinha conhecido pessoas bacanas e não estava lá 100% sozinha mas só conseguia pensar no Abraço do marido. O Skype era nosso melhor amigo e eu percebi que a tal felicidade que eu tinha ido buscar não estava fácil de encontrar.

Na semana em que estive em Joinville, trabalhando,  acontecia o famoso Festival de Dança, um grande sonho pra mim. Pena que essa foto foi o mais perto que cheguei de tudo rsrsrsrs

Numa dessas noites de chororô, do nada olhei pro marido (no Skype rsrsrs) e falei: amor, PRECISO comer uma pizza de mussarela. E fui, mesmo sozinha pq a vontade era daquelas de salivar hehehe. Comi um pedaço, pedi pra embrulhar o resto, tomei meu café e voltei. E aí a tortura começou pq vomitei Até minha alma, sozinha naquele quarto de hotel. Eu não tinha forças pra ir da cama ao vaso, isso pq o espaço era pequeno (quarto ibis, manja, parece cabine de navio de tão pequeno).
Meu vôo ia sair no dia seguinte e eu só pensava que tinha que estar melhor.
Vim pra casa durante um jogo do Brasil. Lembro que o vôo estava até vazio, e eu consegui ele por milhas Até baratas tudo pq era dia de jogo.
Em casa, marido e mãe me esperavam cheios de amor e cuidados e eu continuava vomitando a toa.
Daí marido fez a pergunta que eu não tinha me atentado: já desceu pra você?

Não, não tinha descido. Eu tinha tido uma borra no começo da viagem e depois uns 2 dias antes de começar passar mal então achei que estava tudo Ok. Fui pro banho e percebi que os seios estavam doloridos.
Comprei um teste de gravidez, fiz e desci pra jantar. Esqueci do trem, tamanha a certeza que eu tinha do negativo. Estávamos nos prevenindo desde que mudei de emprego.

Quando voltei pro quarto e vi as 2 linhas lá, quase morri. Mas a segunda linha estava muuuuuito clara e como tinha passado um tempo fiquei na dúvida.
Corremos na farmácia e comprei mais 2 testes, de marcas diferentes e pow: positivo.
Mandei pra minha prima por WhatsApp uma foto e ela, expert no assunto, confirmou o positivo.
E era isso, estávamos grávidos.

No dia seguinte fui ao go e ele pediu um beta e outros exames. Viu os testes, examinou e me deu os parabéns. Eu não acreditava. Era um sonho. Mas e meu emprego?

3 dias depois, com o beta positivo e os outros exames marcados, acordei com muita cólica. Coisa fora do normal. E o temido sangramento. Corri pro ps de uma maternidade e nos exames não se via feto. Pelas contas do médico eu estava com 7 semanas.

O saco gestacional estava lá então não dava pra confirmar o aborto.
Que sofrimento gente. Descobrir o bebê e já logo tomar essa invertida.
Fiquei 10 dias em repouso relativo, pq não quis deixar de trabalhar e depois desse prazo voltamos a maternidade e o aborto havia sido completo.

Foi o dia mais triste das nossas vidas. Choramos muito e até hoje me pego pensando nos detalhes, se não foi imaginação da minha cabeça... Como não percebi ele aqui dentro de mim?
Nosso anjinho iria nascer em 12/03/15... Mas Deus sabe o que faz.

Viajei de novo, e de novo, e de novo Até que um dia eu e mais 13 pessoas do departamento fomos chamados pra uma reunião e... Fomos demitidos!
Um corte. A empresa precisava desligar 20% da equipe e nós fomos os escolhidos. Praticamente um gerente e um assistente de cada área. Chorei de novo, muito.

Desempregada, sem direito a quase nada pelo pouco tempo de empresa e sem nenhuma palavra do meu diretor, que estava viajando e não se deu ao trabalho de uma ligação.
A única palavra amiga? Um pedido de desculpas vindo da diretora de rh, a mesma que insistiu por meses para que eu fosse trabalhar com eles.

E agora cá estou, mais gordinha, sem um filho, sem dinheiro ou sequer um emprego bacana como havia planejado.

Então, pra 2015 não tenho planos, só desejos. E deixa Deus traçar tudo sozinho pq ele manda melhor que eu nesse lance de escrever o destino.

Feliz 2015 a todos e prosperidade pra nós!